Fisiculturista brasileira descobre que venceu campeonato grávida: "Minha filha já é miss wellness" 6e3m1p
03/06/2025 08h39Fonte Revista Quem
Imagem: Reprodução | Instagram
Andreia Gadelha

"Minha filha já é miss wellness". Foi dessa forma que Andreia Gadelha, de 28 anos de idade, anunciou sua primeira gestação publicamente. A afirmativa se deu porque a brasileira já estava grávida de Zoe ao vencer o Musclet Contest, em Campinas (SP), no último 7 de dezembro. O título deu a ela a classificação para o Mr. Olympia 2025, considerada a Copa do Mundo do Fisiculturismo, com uma preparação intensa de menos de três semanas.
A gestação foi descoberta após as 11 semanas, em 24 de fevereiro, por meio de exames de rotina. Gadelha e sua equipe médica ficaram impressionados com o resultado. Isso porque, ainda que tenham acompanhamento, fisiculturistas se preparam para competições com uso de diferentes hormônios, estimulantes, dieta restritiva e treino exaustivo.
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Andreia Gadelha

"Minha ginecologista ficou um pouco assustada porque contei para ela como uma preparação de um atleta de alto nível é rigorosa e tudo que tinha usado. Ela disse que dificilmente uma mulher engravidaria nessas condições, e que foi um milagre mesmo, que era para acontecer. Ela me ou uma bateria de exames e ultrassom, e graças a Deus não aconteceu nada com a Zoe. Ela continua saudável, crescendo", conta a nova mamãe, que está no sexto mês de gestação.
A médica pediu para a atleta diminuir as cargas nos exercícios, mas continuar treinando com cuidado para evitar desconforto, principalmente no começo. A dieta de Gadelha também teve adaptações. "Foi desafiador porque sempre gostei de treinar pesado, e sempre fui muito rude com o meu corpo. Já me alimentava bem, e meu coach preparou uma dieta baseada no que meu bebê precisa. Estou até comendo o que não gosto porque não é mais sobre mim, mas sobre a Zoe", garante.
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Andreia Gadelha

Deixar de usar hormônios não é um problema para ela no momento. "Só uso quantidades mínimas, e quando vou competir. Então, estou sem usar desde dezembro", afirma ela, que tem a indisposição como única dificuldade: "Entendo que é só uma fase, e preciso ar por isso neste momento".
A gravidez, embora sonhada, não foi planejada. Gadelha diz que pedia em oração para ser mãe antes dos 30 anos, mas as atuais condições adversas a assustaram.
"Quando descobri, fiquei triste. Chorava e me questionava. Até pedi perdão a Deus e à minha filha por ser influenciada por pessoas que, em vez de me acalmar, queriam só resolver o problema, se desfazer. Se eu tinha medo de ser mãe solo, e sou, agora não tenho mais medo de nada. É uma sensação única. Sou forte e tenho alguém que depende de mim para tudo", declara.
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Andreia Gadelha

A atleta intensificou a terapia para lidar com o medo do julgamento antes de revelar a notícia, as preocupações como mãe solo e a evolução da gestação, e a impossibilidade de disputar o maior campeonato de fisiculturismo do mundo após conquistar a vaga para 2025.
As sessões têm ajudado Gadelha a estabelecer metas: a atleta pretende retornar aos palcos no fim de 2026, após pelo menos seis meses de amamentação. Seu maior objetivo é disputar a vaga no Brasil para o Olympia do ano seguinte, enquanto Zoe a assiste.
"Pretendo voltar com ela no palco e mostrar para as pessoas que um sonho não se apaga, apenas é adiado. Eu sei que um dia vou ser Miss Olympia, e vai ser com ela", deseja. "Pretendo voltar com toda a responsabilidade, sabendo que tem uma pessoinha que depende de mim. E treino numa academia 24h, o que também me motiva a voltar", conclui.
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Andreia Gadelha

Obstreta avalia o caso
Rodrigo Rosa, ginecologista obstetra especialista em reproduc?a?o humana, reforça que as chances de Gadelha engravidar em tais condições seriam mínimas.
"É uma gravidez que poderia ser considerada um milagre porque em uma preparação de bodybuilders que usam hormônios masculinos como testosterona e derivados, naturalmente haveria um bloqueio hormonal do eixo, e a ovulação seria praticamente impossível. Além disso, haveria uma anulação da produção de progesterona e, consequentemente, o útero não estaria apto a receber este embrião", detalha.
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Andreia Gadelha

O especialista diz o que o desenvolvimento saudável de Zoe também seria improvável, enquanto a bebê contraria as estatísticas. "Os riscos dessa gestação estão na mudança hormonal, com o padrão mais masculinizado, androgênico, e com isso interferir no desenvolvimento do embrião. Em um bebê do sexo feminino, isso pode masculinizar a formação de alguns órgãos. Se for do sexo masculino também pode haver essa interferência", afirma.
O médico lista acompanhamento com ultrassom e pré-natal como cuidados iniciais em casos como o da atleta. "Como houve a gravidez, nada muda em relação a risco cromossômico. E, logicamente, todos os hormônios e medicamentos devem ser suspensos a partir do momento da descoberta", reforça.
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