Flamengo evita tragédia na Libertadores, mas "classificação culposa" preocupa para as oitavas y256t

29/05/2025 10h17

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A diferença entre doloso e culposo no "juridiquês" pode ser resumida em com ou sem intenção. E o segundo termo virou uma espécie de meme na classificação com sufoco do Flamengo na Conmebol Libertadores. Seja pela atuação ruim na vitória derradeira sobre o Deportivo Táchira no Maracanã, ou pela campanha inteira na fase de grupos, a verdade é que o time de Filipe Luís atingiu o seu objetivo sem fazer muito por onde. O sentimento do torcedor foi mais de alívio do que outra coisa, como ficou evidente com as vaias no apito final.

Apesar de toda a oscilação, o Flamengo ainda poderia ter sido líder do grupo, mas desperdiçou essa chance. Bastava vencer com uma diferença de gols igual ou maior do que a da LDU, que fez 3 a 0 no Central Córdoba jogando na altitude de Quito. O time argentino, que acabou eliminado, deixa a Libertadores sem ser derrotado pelo Rubro-Negro, que por sua vez, nos dois jogos contra a equipe de pior campanha, entre todas as 32 do torneio, venceu só por 1 a 0 com sustos no fim.
Imagem: Adriano Fontes/FlamengoFlamengo decepcionou contra o Deportivo Táchira pela Libertadores.(Imagem:Adriano Fontes/Flamengo)Flamengo decepcionou contra o Deportivo Táchira pela Libertadores.

A esperada goleada contra um adversário já eliminado e que cumpria tabela em nenhum momento ameaçou acontecer na noite da última quarta-feira. O Flamengo fez um primeiro tempo muito ruim, um dos piores da "Era Filipe Luís", e não conseguiu furar a retranca venezuelana diante de mais de 66 mil pessoas no Maracanã. Foram 56% de posse de bola e sete finalizações, mas apenas uma única chance de gol: aos 42 minutos, o goleiro saiu mal num escanteio, Pedro se desvencilhou do marcador na segunda trave e chutou para fora, com o gol aberto.

Como o técnico itiria depois na entrevista coletiva, os jogadores estavam muito ansiosos em campo no primeiro tempo. Por isso erravam com frequência desde fundamentos às tomadas de decisões. Filipe Luís conseguiu controlar os ânimos da rapaziada no vestiário e, junto com a entrada de Bruno Henrique, o time foi outro na etapa final. Com menos de 10 minutos, criou duas chances claras: uma cabeçada defendida à queima-roupa de Gerson e um chute fraquinho de Arrascaeta na área após ótimo contra-ataque.

O gol do alívio saiu na bola parada: aos 20, Luiz Araújo cobrou falta, Léo Pereira apareceu livre vindo de trás em velocidade, e a finalização de primeira foi perfeita. O problema é que depois o Flamengo de novo deixou de jogar. Filipe Luís tirou Pedro e Arrascaeta, e a bola começou a bater no ataque e a voltar sem alguém para segurá-la lá. O técnico até colocou o Evertton Araújo em campo para adiantar o Gerson, mas o Táchira começou a sair mais. E no abafa nos acréscimos, Lucas Cano ficou cara a cara com Rossi e parou no goleiro.

Parafraseando o repórter Richard Souza, da TV Globo, o Flamengo "teve mais Rossi que juízo". O Rubro-Negro terminou o jogo com 54% de posse, 19 finalizações contra oito, e quatro chances de gol contra uma dos venezuelanos. Mas flertando com o que seria uma trágica eliminação precoce em caso de empate. O desabamento de jogadores em campo ao soar do apito final mostra das duas uma: a parte física começou a pesar no meio da temporada, ou o fator emocional tem feito os atletas correrem errado e se desgastarem muito mais do que o necessário.
Imagem: Thiago Lima / geJogadores do Flamengo desabam em campo após classificação na Libertadores.(Imagem:Thiago Lima / ge)Jogadores do Flamengo desabam em campo após classificação na Libertadores.

Questionado sobre a força mental do time, Filipe Luís saiu em defesa dos jogadores na entrevista coletiva e citou alguns feitos, como os títulos da Copa do Brasil e da Supercopa conquistados sobre os dois finalistas da Libertadores do ano ado. Mas um exemplo prático que poderia ter sido feito na última quarta-feira: quando sai o gol de Léo Pereira, os atletas vão comemorar ao invés de pegarem a bola e levarem para o meio de campo, pois o Flamengo ainda poderia ser líder se fizesse mais gols.

A classificação, ainda que em segundo lugar em uma chave que parecia ser tranquila, por ora é suficiente para evitar o desencadear de uma crise. Mas preocupa para a sequência não só da Libertadores, como também da iminente Copa do Mundo de Clubes, que começa dentro de duas semanas. A dificuldade para jogar contra o saco de pancadas do grupo precisa gerar uma reflexão interna de como furar retrancas. Até porque nomes importantes como De la Cruz e Plata, lesionados, ainda continuarão fora por um tempo, e Arrascaeta está suspenso do jogo de ida das oitavas.

O sorteio dos confrontos das oitavas de final da Libertadores será na próxima segunda-feira, na sede da Conmebol no Paraguai. Antes, o Flamengo enfrenta o Fortaleza no domingo, às 18h30 (de Brasília) no Maracanã, com chance de assumir a liderança do Campeonato Brasileiro em caso de tropeço do Palmeiras diante do Cruzeiro no Mineirão. O elenco rubro-negro se reapresenta na tarde desta quinta-feira no Ninho do Urubu.

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Tópicos: flamengo, jogadores, libertadores