Micale diz que futebol brasileiro não está morto e define Neymar: "Monstro" 15o33

18/08/2016 07h44

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Fonte globoesporte.globo.com

Gol relâmpago e exibição de gala no Maracanã. Mais do que os seis gols contra Honduras, o Brasil de Rogério Micale segue trajetória irretocável depois dos primeiros dois jogos frustrantes no torneio olímpico. Talvez o treinador não concorde com o adjetivo "frustrante" e pode ter toda a razão. Afinal, no pior momento da equipe, ele dizia que manteria suas convicções e argumentava que faltava a bola entrar para levar o nervosismo e a ansiedade de seus meninos arem. Mas o discurso foi todo feito em tom conciliador. Citando os jogadores da atual geração, companheiros de Neymar, ele lembrou que o futebol brasileiro não está morto, incluindo ainda, sem perceber, releitura da frase que ficou famosa na boca de Renê Simões:

- Neymar é um monstro - definiu Micale.

No próximo sábado, o time briga pela medalha de ouro com a Alemanha, que derrotou a Nigéria por 2 a 0 na outra semifinal, em São Paulo.

Com 12 gols marcados e nenhum sofrido em cinco partidas, a seleção está pela quarta vez numa decisão olímpica e já é recordista de medalhas no futebol masculino - três de prata (1984, 1988 e 2012), duas de bronze (1996 e 2008) e o ouro ou prata dessa edição dos jogos carioca.
Imagem: Raphael ZarkoRogério Micale elogiou postura combativa do atacante Neymar.(Imagem:Raphael Zarko)Rogério Micale elogiou postura combativa do atacante Neymar.

Na entrevista coletiva, Micale comemorou o resultado e valorizou a briga dos atacantes pela bola, como no primeiro gol de Neymar - após o atacante pressionar o meia e o goleiro, dividindo nos dois lances e marcando para o Brasil.

- Considero que fazemos uma campanha boa. Um futebol com nossa essência, nossa característica. Um futebol bonito. A equipe se doou, encorpou, lutou muito para conseguir recuperar a bola.. Fomos premiados com gol logo no início com o Ney. Chegamos nessa reta final fortes. Cada jogo tem sua história, vamos ter que fazer outra história agora. Crescemos no momento importante - diz.

Como chega o Brasil para a final

- Uma campanha boa. Onde chegamos a uma reta final mostrando um bom futebol, que ambicionávamos ter. Um futebol com a nossa essência, bonito. Mas a gente sabe que só isso não é suficiente. A equipe incorporou muito bem o sentido de lutar em campo, pressionar o adversário. Fomos premiados com um gol logo no início. Uma luta intensa do Ney, que tem mostrado uma dedicação incrível. Eu acho que chegamos a essa reta final fortes. Cada jogo tem sua história e teremos que fazer uma nova nessa final. Mas chegamos muito fortes por tudo que aconteceu. Crescemos muito, num momento importante.

Gol relâmpago


- Nos ajudou muito (o gol logo aos 14 segundos). Ainda mais num jogo que sabíamos que ia ser truncado. Ajudou muito. Você iniciar o jogo fazendo o gol te dá uma tranquilidade. Num calor muito forte, estava muito quente. Você sair na frente dá aquela tranquilizada para seguir o jogo. Foi espetacular este gol no início.

Pressão pelo ouro

- Na verdade vamos tratar como temos feito. Nós sabemos dessa pressão desde o início da competição. O que nos interessa, culturalmente, é a medalha de ouro. O pensamento é um: trabalhar da mesma forma que fizemos desde o início. Não faltaria luta, entrega. E estamos reproduzindo isso jogo a jogo. Essa é a nossa promessa. Nossa futebol é de qualidade e também de transpiração. Isso é um motivo que nos leva a ter a esperança que podemos, sim, conquistar esse grande sonho. É fazer o nosso melhor.

Neymar

- É um monstro. Neymar é um cara que tem um dom de jogar futebol que encanta. Ele tem um talento, e desenvolveu ainda mais. O Neymar é um cara desse que excede algumas situações que vamos continuar procurar entender. Confesso que é complexo. Ele é um cara que está feliz, que foi abraçado. Há uma semana atrás, estava vivendo um momento difícil, de muita cobrança. Temos que respeitar, falo isso muito isso. Ele é acima da média. Queria citar também Marquinhos, Rodrigo Caio, Renato Augusto, Rafinha, Walace... Temos uma geração. Ainda não ganhamos nada ainda. mas temos um grande grupo de jogadores.

Tirar o Neymar depois do placar consolidado?

- Em algum momento senti a tentação sim. O Neymar é um cara que tem uma recuperação muito rápida, até nisso ele é privilegiado. Com 24h, ele atinge o nível de recuperação razoável. Com 48h, ele praticamente zera. Neste momento, ele precisa mais do ritmo do que do descanso. E nós temos mais um jogo ainda. A preocupação não é com recuperação, é com ritmo de jogo.

Mudança para a final?

- Primeiro vou saborear essa vitória. Só uma tarde para saborear. Depois isso, vamos começar a trabalhar no próximo jogo. A equipe de Honduras é uma equipe muito forte. Tinha muita segurança defensiva. Demonstrou isso durante toda a competição, tem oito jogadores na equipe principal. Era uma equipe forte. A gente não muda muito com o adversário. Temos nossa ideia, nosso conceito, que a equipe incorporou. Um ajuste é feito, mas a concepção de jogo não altera. A ideia não muda.

Adversário na final

- Duas equipes extremamente difíceis (Alemanha ou Nigéria). Duas grandes seleções que vão fazer um grande duelo. Minha expectativa é que vá para prorrogação, pênaltis, e que eles se cansem bastante. Brincadeiras à parte, vai ser um grande jogo. São duas seleções de muito bom nível.

Equipe ofensiva, mas nenhum gol sofrido

- Nós pregamos aos jogadores atacar com 11, iniciando o jogo ofensivo com o goleiro. O que não é tão comum, mas é que o futebol pede. E ao contrário, também. Quando se muda a chave, não se pode só trabalhar com o setor defensivo atuando. Nosso gol saiu de uma pressão do Neymar. O segredo é se doar e jogar com 11 em todos os momentos, defensivos e ofensivos.

Rivalidade com Marta após brincadeira das camisas

- De forma nenhuma. Até porque torcemos muito pelas meninas. Confesso que fiquei emocionado quando houve a perda de pênalti. A gente sabe da luta das meninas. Gostaríamos que elas estivessem na final também, pela luta. Nossa imprensa está aprendendo junto com a gente. Está aprendendo que no futebol as coisas não podem mudar de uma semana para outra. Faz parte de uma mudança de paradigma que a por todo mundo, de quem trabalha com futebol e de quem trabalha na imprensa.

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Tópicos: futebol, jogadores, neymar