Quadrilha que fingia ser desembargadores deu golpe em 11 estados, diz delegado 6g2h3t
17/06/2020 18h33Fonte Cidade Verde
Imagem: Reprodução
Duas famílias inteiras foram presas suspeitas de aplicar o "golpe do precatório", informou o delegado Matheus Zanatta, gerente de Polícia Especializada da Delegacia Geral de Polícia Civil do Piauí. As famílias (nora, filho, mãe e pai) foram presas na cidade de Maracanaú, no estado do Ceará. A quadrilha, que atuava nacionalmente, fez cerca de 100 vítimas somente no Piauí. Eles eram os coordenadores do golpe. Uma das vítimas chegou a ser lesada em R$ 40 mil. A investigação aponta que a quadrilha atuou em pelo menos 11 estados. 
A quadrilha tinha o às informações das vítimas por meio de um banco de dados que, na teoria, só deveria ser contratado por empresas. Após ter o aos dados, os criminosos, que se avam por autoridades públicas (desembargadores, auditores), entravam em contato com as vítimas reando informações falsas sobre o recebimento dos precatórios.
"Existem bancos de dados que podem ser contratados para você ter o às informações das pessoas, mas, em tese, eles só podem ser contratados por empresas. Eles (os suspeitos) se avam por empresas para ter o a esses bancos de dados", disse o delegado, acrescentando que as documentações comprovam a atuação da quadrilha em 11 estados brasileiros, mas que há indícios em quase todo o país.
As prisões ocorreram na segunda fase da Operação Precatório, deflagrada nesta quarta-feira (17). A Polícia Civil do Piauí com apoio da Polícia Civil do Ceará deram cumprimento a 20 mandados judiciais, sendo 11 de prisão.
"As investigações iniciaram em janeiro de 2020. A primeira fase foi deflagrada em março e contou com apoio da Polícia Civil do Distrito Federal, do Ceará e de Santa Catarina. Na primeira fase foram cumpridos 13 mandados de prisão. A primeira fase buscava combater o braço financeiro dessa organização criminosa, ou seja, quem recebia o dinheiro do golpe e fazia as movimentações financeiras", disse o delegado.
Já na segunda fase, a operação combateu a coordenação dessa organização criminosa, ou seja, "quem canta o golpe pelo telefone, quem coordena todo o golpe praticado por esses investigados. Com a primeira e a segunda fase, nós temos aproximadamente 25 mandados de prisão cumpridos".
"Essa organização criminosa atuava em quase todos os estados da Federação, fazendo mais de mil vítimas, entre tentadas e consumadas. Nessa segunda fase, ela foi tirada de circulação. Uma importante operação encabeçada pela Polícia Civil do Piauí com apoio de outras policiais civis da Federação".
O delegado Yan Brayner, que participa da operação, ressalta que a polícia também apreendeu material que ratifica os crimes de organização criminosa e estelionato.
"Na segunda fase, os alvos foram o braço operacional da organização criminosa, ou seja, os estelionatários, os líderes da organização criminosa, cuja identificação foi possível após a deflagração da primeira fase, que se buscou atacar o núcleo financeiro. Foi cumprindo mandados de busca, foi apreendido um vasto material comprobatório que ratifica os demais elementos de investigação colhidos no inquérito".